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Aperam traz novo aço elétrico e visa ampliar exportações

A subsidiária brasileira do grupo Aperam, multinacional de aços especiais, vai manter neste ano sua aposta de ampliar a exportação para compensar parte da queda da demanda no mercado brasileiro. Alguns tipos de aço que faz, como o inox, o carbono especial e o elétrico usado em motores industriais e de geladeiras, tiveram recuo no consumo de 35%, após o boom de demanda verificado no país em 2013.

Ao mesmo tempo, a siderúrgica aposta na entrega, a partir deste trimestre, de novo tipo de aço elétrico, de alta performance, cujo principal mercado é a fabricação de transformadores elétricos. Seus maiores clientes ­ também multinacionais, como Siemens, ABB e WEG ­, já estão recebendo lotes para homologar o produto.
Em fevereiro, na usina localizada em Timóteo (MG), os clientes vão conhecer a nova linha do GOcore (grão orientado, de alta eficiência elétrica). Na nova operação, instalada ao longo de 2016, com breve interrupção da linha atual de produção, a companhia investiu US$ 19 milhões.

A linha de fabricação desse aço vai manter a capacidade nominal de 60 mil toneladas por ano. A diferença é que, gradualmente, vai substituir o produto atual pelo GOcore, que tem como principal aplicação a fabricação dos núcleos de transformadores elétricos. Esses equipamentos são adquiridos, na maioria, por distribuidoras de energia elétrica “Vamos ganhar em agregação de valor do aço tipo GO, ao mesmo tempo que nossos clientes terão ganho na eficiência energética do equipamento”, disse ao Valor o principal executivo de operações da Aperam Inox América do Sul (que usa o nome fantasia Aperam South America) e presidente da Aperam no Brasil, Frederico Ayres.

Segundo o executivo, que tem 20 anos de carreira na siderúrgica mineira e desde o fim de 2014 preside a companhia no país, o novo aço poderá gerar “performance energética” da ordem de 10%, além de ser mais leve. “É um produto que já existe e se que torna mais nobre, mais rentável para a nossa empresa”, afirmou.

Antiga Acesita, que pertenceu ao Banco do Brasil e depois, com a privatização, a vários fundos de pensão estatais, entre eles a Previ, a empresa é fruto da cisão do ativos da líder mundial do aço, a ArcelorMittal, alguns anos atrás.

É a única fabricante de aço inox da América Latina, bem como do aço elétrico GO. Dentro do grupo, somente a unidade brasileira fabrica aços elétricos ­ o GO e GNO (grão orientado e não orientado). As unidades da Bélgica e França produzem apenas aço inox.

Na cisão, que gerou uma nova empresa com ações em bolsa e sede em Luxemburgo, a Aperam ficou controlada pela família Mittal. Lakshmi Mittal e a família ficaram com cerca de 40% do capital da empresa no processo de cisão. No mundo, teve receita de US$ 4,7 bilhões e despachos de 1,89 milhão de toneladas em 2015 ­ em 2016, US$ 3,21 bilhões de
janeiro a setembro, com vendas de 1,46 milhão de toneladas.

A Aperam é a segunda maior fabricante de aço inox da Europa. Somando o Brasil, dispõe de capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano desse tipo de aço.

No Brasil, com capacidade de 900 mil toneladas de aço líquido ao ano e ao redor de 700 mil de produtos finais ­ bobinas de aços inox, elétricos e carbono especial ­, faturou R$ 3,588 bilhões em 2015, com lucro líquido de R$ 117 milhões. Emprega 3,6 mil pessoas, considerando a usina siderúrgica e atividade florestal e de produção de carvão vegetal, usado em seus dois altos­fornos.

No mercado elétrico, a unidade brasileira fornece também o aço GNO, usado principalmente em motores elétricos e de geladeiras (compressores herméticos). Os dois mercados, devido à crise econômica do país, foram bastante afetados pela queda da atividade industrial nos últimos anos.

Esse aço é usado ainda em motores eólicos e de geradores de hidrelétricas. Entre os grandes clientes estão WEG, GE, Embraco e Alstom. Tem capacidade de produzir 200 mil toneladas ao ano.
O aço inox é usado desde a fabricação de talheres até tampas de fogões, tubos automotivos, fachadas de construções diversas ­ como a do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, em São Paulo ­, elevadores, tanques para álcool e bens de capital. As vendas da empresa giram em torno de 300 mil toneladas por ano. Outras 150 mil toneladas são com aço carbono especial, aplicadas na construção civil e mecânica, autopeças, indústrias de móveis, tubos, implementos agrícolas, bens eletrodomésticos, entre outros itens.

Fonte: Portos e Navios
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